segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Com o perdão da palavra

Como dito no título, com o perdão da palavra, mas... MC dia feliz no seu cú! Mil desculpas mais uma vez pela linguagem tão chula, mas é que eu fico indignada. Ta certo que como boa publicitária que serei em breve, não deveria condenar tal jogada de marketing e sim admirá-la. No entanto, não consigo ignorar minha parte humana e ver um monte de gente defendendo a MC Donald’s e esse seu maldito MC dia feliz calada.

O fato é que quando chega tal data, a MC paga de preocupada com os problemas sociais e assim acaba maquiando sua imagem de símbolo do capitalismo, dos EUA e de tantas outras coisas, sempre de índoles tão duvidosas. E não é coisa de louco não, tem muita gente que por protesto não come lá, não toma Coca Cola e é mais feliz assim. Sou um exemplo vivo (não que isso seja prova de sanidade, verdade.)

Acontece que o mundo de consumidores não é feito apenas dos que comem e não estão nem aí pra essa coisa toda de protesto e dos rebeldes sem causa (como eu, verdade!) que fazem de um singelo hambúrguer seu maior inimigo. Não! Também tem os indecisos, sabe os indecisos? Aqueles capazes de mudar o resultado de uma eleição. Ai os indecisos, o que seria da propaganda sem eles? Presas tão fáceis. São principalmente estes, que ao verem coisas como o tal MC dia num sei das quantas, se armam de um ideal e de toda uma vontade de mudar o mundo. Vontade essa que poderia ser chamada de fome, verdade. Mas em todo caso não os critiquemos, ao menos um dia sob uma desculpa qualquer eles promoveram o bem social.

Verdade é que acho apenas que o nome deveria mudar para MC dia da maquiagem, e que nós, deveríamos não nos vender por tão pouco. O fato é que a MC não é mais, ou menos “boazinha” por ter uma atitude assim, ela apenas é interessada em dinheiro como qualquer outro empreendimento comercial neste mundo capitalista, continua sendo um símbolo do imperialismo, sendo a empresa que de vez em sempre é fechada pela vigilância sanitária, e cujos próprios garçons denunciam que o hambúrguer que cai no chão é reaproveitado.

Mas sabe, hoje pensei melhor sobre esse meu radicalismo de não comer lá, afinal a MC não é tão má assim, tem os defeitos de qualquer fast-food e sabe, ao menos reserva um dia no ano pra reverter seus lucros pra um projeto social. É pó, é até uma coisa admirável, quando eu vejo que num período de 1.095 dias ela abriu mão de seus lucros em 3, vou repetir ta? Em 1.095 ela reserva 3 dias pra reverter toda a renda. Pó é uma perda tão grande pra eles que dá até pra achar o hambúrguer com tempero de sola de sapato mais saboroso.

Ai meu deus, é brincadeira o que a gente tem que agüentar. ;p

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