sábado, 8 de dezembro de 2007

Latia suavemente, o que era e o que não era. Queria ser atriz, bailarina, bonita ou qualquer coisa assim, não era. Se atrevia ao ser a faxineira do almoxarifado da repartição abandonada. Recebia seu salário das mãos de uma máquina (acreditava), um dos robôs, (talvez), não sabia mexer, não havia o que mexer. Apenas dizia seu nome...

Robô estranho esse, tão humano, cabelos negros presos num perfeito e simétrico rabo de cavalo. Perfeita maquiagem. Até o robÔ lhe era mais do que o seu eu.

Gosto de guarda chuva na boca, um dia correu perdida na sua insignificancia, jogou todos os papeis da ultima estante do almoxarifado no chão. Que ousadia. Correu, correu até não poder mais e correu mais um pouco. Ousava correr, nunca havia corrido. Andava, corria, pela rua, agitada. A insolente ousava fugir...
- Volte para seu lugar secundário!

Correu mais... um carro passou, a estrela não brilha.

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