domingo, 14 de outubro de 2007

Re - conheço.

Não sei se é na hora da raiva ou do riso que te conheço. E não adianta violentar meu quarto, minha prisão e me gritar ásperas doçuras. Perdoei, sempre perdoei pelo dever de perdoar. Toda minha fraqueza curvada, exposta a ti. Fraca, tímida, nervosa, medrosa, insegura!

Em meio a risos tentas me convencer de tolices benignas. Meia hora, me gritas que defecas nesta cabeça repleta de dejetos. Quão pesado carrega? Mil perdões, mas definitivamente, inexoravelmente, impreterivelmente (e toda a confusão de mentes na minha), não tenho culpa alguma.

Devastação interna resta o mais superficial...
Não resta mais!

Essa mancha vermelha, me arrancou a carne? Isso é sangue ou é só a minha mente? Como dói. Mas de onde vem essa dor? Dentro? Fora? Meu corpo está quente, mas por dentro faz um frio... já não enxergo quase nada. Você não me leva a sério! Aprendi a me levar. Afago a mim mesma. O que acontece? Não! Pára! Já decidi! Me grito na próxima estação e peço parada! E os meus olhos não brilharão mais como agora.

Hoje eu disse não

Hoje, pela primeira vez eu disse não.

Aquele não entalado a anos e me deixei possuir pela merecedora raiva. Hoje não quero perdoar pelo dever de perdoar.
Hoje meus erros não justificarão os seus.
Hoje eu disse não e me gritei com ele.
Hoje me alforriei da mais profunda culpa,
Hoje senti o vento da liberdade soprar em meus lábios ao te negar,
e ao negar-te.
Ai que dia santo este de hoje!
Em que me despi dos medos e me mostrei eu,
eu,
simplesmente eu.

Com meus quereres, minhas razões, meus sentimentos,
principalmente os sentimentos.
Corajosa, forte, personificada...
como nunca havia sentido.
Renunciei ao teu prazer.
Aquele não, ecoa em minha mente e esse sorriso não me sai do olhar.

No peito do respeito

Respeito, amargo respeito.
Fel dilaceradodo rasgar de meu coração.
Perdido respeito, fechou a janela, rodopiou a chave e saiu. Deixou a TV ligada, juram que continua a morar ali. Já são 4 anos desde que ele partiu. Só quem o conheceu de verdade sabe que não é assim.


O respeito, não! Este nunca! Nunca deixaria a TV ligada, nunca cuspiria ofensas em meio a escarros. Oh! Azedo respeito, não te creio. Em meus pensamentos não te eras assim... Volúvel e parcial. Respeito, meu bom respeito, a que peito viestes servir? Por que fugistes em meio a uma profusão de chamados?

carta

Não, isso não é uma carte de amor.
Meus amores se perderam no tempo.
Me acostumei a apagar um com o outro
a camada ficou tão espessa que rachou.
Sobrou um pedaço de cada um...
...pontos do que seria eu.

Me acostumei com o êxtase pós-choro
fiz das tristezas, inspiração.
procurei na tristeza de te ter, a felicidade.
Não encontrei! Fui...
Fui...
Fui...

tão longe que voltei.
Fui mais uma vez,
fui e me deixei por lá.

Se todo mundo que fica apaixonado se perde assim, já nem sei mas quem sou.

desparta.

Não quero o mérito de Esparta,
tampouco consigo a glória de Atenas.
Não quero Galileu,
me quero mais Sócrates.
Sorrisos plásticos, inflamáveis.
Confiança voôu...
Não me quero mais fundo do que estou,
não é tão raso de onde falo.

Não, não nasci espartana,
fui expulsa de Atenas.
Sou Galileu tomando cicuta no chá das seis,
e Sócrates pedindo perdão.

orikami

Dobrava cuidadosamente o papel,
marcava-o duas ou três vezes antes da "dobra oficial".
Cuidadosamente, parecia querer fazer com que surgisse a mais simétrica forma naquele simples papel.

Não parecia permitir dobras errôneas.

Não se demorava muito e o papel ganhava vida! Surgia então a primeira forma, P-E-R-F-E-I-T-A!!!
Nenhum amassão,
linda!

Mas, a menina... NÃO gostou!
Desdobrava o papel apressadamente como se assim quisesse se redimir de sua dobra anterior.
Cui...da...do...sa...mente, cuidadosamente! Redobrou o papel, quanto CUIDADO.
Uma nova forma surgiu, não tão perfeita, não tão simétrica e não tão livre de amassões.
Não havia gostado,
novamente!

Por fim, cansada de dar vida ao que lhe parecia inanimado, dobrou o papel simplesmente...
Oito dobras quadrangulares, era finito o seu problema existencial.